terça-feira, 18 de novembro de 2008

Jungmann protocola ação contra a MP da filantropia




Lúcio Távora/Folha
A medida provisória 446 converteu-se em passivo judicial. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) protocolou, nesta terça (18) uma ação popular contra a MP.



No texto da ação, ajuizada na Justiça Federal de Brasília, o deputado questiona a legalidade dos artigos que concedem anistia a filantrópicas pilhadas em malfeitorias.



Jungmann incluiu em sua petição um pedido de liminar, para que os efeitos da anistia sejam suspensos imediatamente.



"Emitir os certificados [de filantropia] sem o devido processo administrativo, sem a averiguação das condições reais das entidades prestadoras de serviço, significa grave negligência”, diz o deputado.



“Ainda mais quando toda a sociedade reconhece o grande número de denúncias existentes contra uma série de instituições".



Também nesta terça (18), o ministro José Múcio, coordenador político de Lula, admitiu a hipótese de o governo promover ajustes na MP que pôs nos trilhos o trem da alegria filantrópico.



Convém que o governo se apresse. Do contrário, arrisca-se a fazer por imposição o que pode ser feito por obrigação.

sábado, 15 de novembro de 2008

O governo precisa salvar Patrus Ananias do desastre

Steffen Schmidt/Efe




O ministro Patrus Ananias meteu-se numa enrascada. Faz água a moralidade de seu ministério. Era o benemérito do Bolsa Família. Virou o benfeitor de “pilantropos”.



Patrus decidiu aderir à prática dos esportes radicais. Agora, desfila pelos corredores de Brasília como vítima de um auto-atropelamento.



O ministro mandara ao Congresso um projeto de lei filantrópico. Súbito, deu uma cambalhota. Atravessou no caminho do projeto uma medida provisória.



Tomada pelo lado da propaganda, a nova MP destina-se a impor a ordem no sistema de certificação de entidades filantrópicas.



Vista pelo ângulo dos afagos que faz nos malfeitores, a MP resultou em coisa bem diferente: o governo injetou desordem numa atmosfera já marcada pelo caos.



A MP de Patrus traz uma novidade em relação ao projeto de Patrus: a anistia de mais de 2.000 entidades de fancaria, adeptas da pseudobenemerência.



Organizações que tiveram ou deveriam ter a isenção tributária cassada no Conselho Nacional de Assistência Social, órgão que pende do organograma da pasta de Patrus.



O tamanho do espeto não é negligenciável: R$ 2 bilhões. É muito em qualquer circunstância. Avulta num cenário em que se diz não haver dinheiro para o reajuste de aposentados.



O argumento para o perdão é simplório: há processos em demasia no ministério de Patrus. E não haveria nem tempo nem gente disposta a julgá-los.



Diz-se que o governo não manda no ritmo do conselho da filantropia, órgão apinhado de representantes da sociedade civil. Gente ligada às próprias filantrópicas.



Lorota. Há no conselhão 18 cadeiras. Em nove delas estão acomodados representantes do governo. Funcionários públicos, remunerados pela Viúva.



Está-se, portanto, diante de uma meia verdade. Patrus e sua equipe pedem ao contribuinte que acredite na metade mentirosa.



O governo manda em meio conselho. Se a metade que diz representar a sociedade não quer julgar, que seja mobilizado o time do erário.



É pouca gente? Pois que Patrus chame a cavalaria da Super-Receita. Encontrará ali auditores ávidos por separar o joio da sonegação da filantropia genuína.



Patrus e seu time alegam que é falsa a tese da anistia. Argumentam que a MP dá ao fisco poderes para cassar, a qualquer tempo, a isenção dos trambiqueiros.



Outra lorota. Depois de ganhar prontuários limpos, as entidades sujas deixarão de prestar contas ao Conselho Nacional de Assistência Social.



A certificação das filantrópicas passará a ser feira por três ministérios: Educação, Saúde e Desenvolvimento Social.



Sempre que confrontado com a conversão de uma arapuca em entidade filantrópica, o fisco terá de se reportar ao ministério respectivo, a quem caberá a palavra final.



Bóiam no ar algumas perguntas: por que diabos o governo não submete os candidatos à isenção diretamente à Receita?



Por que insiste em confiar o processo a ministérios que não dispõem de aparelho fiscalizador? Difícil entender.



Quem não conhece o mundo da filantropia imagina que é habitado por um amontoado de ONGs. Falso. Lida-se com gente graúda, versada na arte da sonegação.



O signatário do blog já atuou como traça de processos filantrópicos. Durante mais de dois anos, levou às páginas malfeitorias do setor.



Coisas assim: uma casa de ferragens e uma usina de açúcar dedicadas à “benemerência”, assim, entre aspas...



...Universidade filantrópica com jatinho para e carro de luxo para os diretores. Outra casa de diplomas com coleção de carros e objetos antigos...



...Logotipos famosos do mundo hospitalar paulistano que, a despeito da isenção de tributos, não atendiam à clientela do SUS.



A leveza com que o ministério de Patrus lida com essa gente resultou em gritaria. Assustado com o barulho, o Planalto já flerta com a idéia de modificar a famigerada MP.



Não há outra coisa a fazer. Deve-se privar Patrus, chefe de uma repartição que se denomina do Desenvolvimento Social, de levar à biografia um prêmio a enganadores sociais.

Escrito por Josias de Souza às 20h54

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Medida provisória dá fôlego à CPI das ONGs

BRASÍLIA - Com o fim de suas atividades previsto para a próxima semana, a CPI das ONGs, boicotada pelos governistas, ganhou uma sobrevida com a medida provisória (MP) que anistia entidades filantrópicas ameaçadas de perder o direito à isenção por suspeita de irregularidades. A comissão será "ressuscitada" para colaborar na investigação sobre essas entidades. Seu presidente, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), coletou ontem 26 das 27 assinaturas necessárias para prorrogar os trabalhos até abril de 2009.

Para Heráclito, a medida provisória é "um desrespeito" ao Senado, que tenta moralizar o funcionamento das entidades sem fins lucrativos. "A anistia vai beneficiar exatamente aquelas organizações que estamos investigando", afirmou.

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que entidades consideradas "ineptas" e sem condições de executar convênios receberam mais da metade - 54,5% - das verbas federais destinadas ao chamado terceiro setor. Na primeira audiência pública realizada na comissão, o procurador do TCU, Lucas Furtado, informou que chega a R$ 12 bilhões o total de recursos liberados para entidades que não prestaram contas ou que não foram auditadas pelo governo.

É a segunda vez que os trabalhos da CPI são prorrogados. Na atual fase, que começou em maio, os governistas, encabeçados pelo relator da comissão, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), se valeram da maioria dos votos para brecar os requerimentos de convocação e de quebra de sigilo de entidades ligadas ao governo. Escolhido para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Arruda se limitou a ouvir dezenas de depoentes sobre medidas para regulamentar o setor, sem avançar em nenhum tipo de investigação.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vai requerer à Polícia Federal cópia do inquérito relativo à Operação Fariseu, da PF, que durante quatro anos investigou um esquema de pagamento de propinas e de concessão fraudulenta de certificados de filantropia. Dias diz acreditar que um exame aprofundando deve mostrar a ligação de filantrópicas favorecidas pela MP com "integrantes do alto escalão do governo".

O mesmo motivo - "tráfico de influência com algumas instituições com fachadas de beneméritas" - é apontado pelo senador como motivo do veto do governo à CPI das ONGs. "O que estamos vendo é uma anistia à corrupção", afirma Álvaro Dias. "Tudo isso confirma a relação de promiscuidade do governo com ONGS que se transformaram em instrumentos de desvio de recursos públicos", acusa.

Instalada em outubro de 2007, a CPI das ONGs em nenhum momento conseguiu atender o objetivo que justificou sua criação: o de investigar desvios de dinheiro público envolvendo entidades sem fins lucrativos. "Não deixaram a CPI funcionar em nenhum momento", protesta Heráclito Fortes. "O curioso, o que é preciso saber é por que há tanto temor em relação a essa investigação".

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Indústria de ONGs cresce há seis anos

Jornal do Brasil

As irregularidades em convênios firmados por ONGs com prefeituras do interior do Rio, investigadas pelo Ministério Público e denunciadas ontem pelo JB, já tinham sido detectadas em um outro processo, de 2002.

O foco da apuração, na época, era o município de Aperibé. Hoje o raio de atuação do esquema se ampliou. (págs. 1 e Eleições A7)

domingo, 7 de setembro de 2008

A lucrativa indústria das ONGs

Nos municípios de Trajano de Moraes, Aperibé, Santo Antônio de Pádua, São Sebastião do Alto e Macaé, a ação de ONGs atrai a atenção da justiça.

Convênios com prefeituras e faturamento de milhões levam à suspeita de que sirvam como agências de emprego para contratação sem concurso.

(Sinopse Radiobrás)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Governo federal começa a recadastrar ONGs estrangeiras

Da Agência Brasil

O governo federal, através do Ministério da Justiça, começa hoje (4) a recadastrar as organizações não-governamentais estrangeiras que atuam no país. As instituições têm 120 dias para atualizar os dados na Secretaria Nacional de Justiça.

De acordo com a Portaria n.º 1.272, publicada no Diário Oficial da União, todas as organizações civis estrangeiras sem fins lucrativos, autorizadas a funcionar no Brasil, devem rever as informações cadastrais.

O pedido de recadastramento deve ser enviado à Secretaria Nacional de Justiça com endereço no Anexo II, sala 213, do Ministério da Justiça, Esplanada dos Ministérios, CEP 70064-901, Brasília – DF.

Mais informações podem ser obtidas no site do Ministério da Justiça ou pelo número 3429-3000.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Presidente da CPI das ONGs diz que novos documentos "vão balançar" comissão

da Agência Senado
da Folha Online

O presidente da CPI das ONGs, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), afirmou nesta terça-feira que técnicos do Senado conseguiram novos documentos "que vão balançar" a comissão em fevereiro, quando o Congresso retomar suas atividades.

A CPI das ONGs foi instalada no final de 2007 mesmo com forte pressão da base aliada para que não saísse do papel. Os governistas conseguiram manobrar para eleger o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) como relator da CPI depois de o PMDB indicar o senador Valter Pereira (PMDB-MS) para o cargo.

O governo pressionou o PMDB para desistir da indicação uma vez que o parlamentar integra a ala dos chamados "independentes" do PMDB.

Colombo disse esperar que, com os novos documentos, os senadores governistas se convençam da necessidade de convocar depoimentos e quebrar sigilos bancários de pessoas envolvidas em ONGs que receberam dinheiro do governo federal e não cumpriram os serviços prometidos.

O presidente da CPI diz que "existe até deputado federal" envolvido com ONG que recebeu recursos e não fez os serviços previstos --um dos documentos mostraria como uma ONG recebeu cerca de R$ 60 milhões do governo para cuidar de índios em um Estado em que a comunidade indígena é mínima, o que não justificaria valor tão elevado.

"Nós estamos chegando perto de coisa muito grande. Acho que, ante tantas evidências, qualquer senador sensato aprovará os requerimentos de convocação e de quebra de sigilo", disse Colombo.

Para ele, a CPI "praticamente parou" no final do ano passado por enfrentar dificuldades, como a rejeição de requerimentos de convocação de depoentes e de quebra de sigilo bancário, além, também, do escândalo envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e da votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

CPI das ONGs

Um dos alvos da CPI das ONGs é a Fetraf-Sul, entidade ligada ao grupo da senadora Ideli Salvatti (SC), líder do PT no Senado.

A entidade é acusada pelo Ministério Público de desviar dinheiro público que deveria ser usado para formar e qualificar mão-de-obra na área rural. A Fetraf-Sul recebeu R$ 5,2 milhões entre 2003 e 2007 da União.

O procurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Furtado, disse à CPI que o governo federal não fiscalizou o repasse de R$ 12,5 bilhões a entidades vinculadas ao Executivo. Do total, segundo o procurador, 39% foram recursos repassados em convênios firmados pelo Ministério da Educação com ONGs.

Fonte: Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u364007.shtml

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

a ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania, que teria colaborado com a campanha de Garotinho, já teve outros dois nomes

- O Tribunal de Contas do Estado descobriu que a ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania, que teria colaborado com a campanha de Garotinho, já teve outros dois nomes. Um deles é Cedic, que teve contrato ilegal com a Cedae.

(O Globo - Sinopse Radiobrás)

sábado, 5 de janeiro de 2008

Presidente adia controle de repasses a ONGs

da Folha de S.Paulo, em Brasília

A pretexto de dificuldades tecnológicas, o governo adiou em seis meses a entrada em vigor de mecanismos de controle e transparência dos repasses de dinheiro público a Estados, municípios e organizações não-governamentais. Esses repasses consomem cerca de R$ 140 bilhões por ano dos tributos arrecadados pela União.

Na prática, as novas regras, anunciadas em julho do ano passado com o objetivo de evitar desvio de verbas federais, só entrarão em vigor depois das eleições municipais.

O adiamento foi determinado por decreto assinado na última quinta-feira do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), mas o governo nega que a decisão vise facilitar a liberação de dinheiro público no período eleitoral.

O Ministério do Planejamento atribuiu o adiamento a problemas tecnológicos e a atrasos no treinamento de pessoal.

O pacote destinado a conter fraudes nos repasses 'voluntários' de verbas da União --a maior parte objeto de emendas parlamentares-- foi a principal resposta do governo às fraudes recorrentes, apontadas por investigações da Polícia Federal, auditorias da Controladoria Geral da União e relatórios do Tribunal de Contas da União.

Foi anunciado entre os desdobramentos da chamada Operação Sanguessuga, que flagrou esquema de desvio de verbas na compra de ambulâncias.

Entre as principais mudanças previstas para conter as fraudes, o decreto proíbe a liberação de verbas federais a ONGs que tenham como dirigentes deputados, senadores, servidores públicos ou seus familiares. As entidades a serem beneficiadas também deverão ser previamente cadastradas.

Além disso, já a partir de janeiro, os pagamentos feitos por conta de convênios teriam de identificar o destinatário final das verbas, e não só os governos estaduais ou as prefeituras.

Em mais de uma ocasião, o Congresso resistiu a aprovar as mudanças. Ontem, o presidente da CPI das ONGs em curso no Senado, Raimundo Colombo (DEM-SC), criticou o adiamento e disse que a decisão mais recente compromete o processo eleitoral. "O decreto dava uma organizada no processo. A liberação [do prazo] tem um viés eleitoral, ou seja, em ano com eleição municipal, está evidente qual é a intenção [do governo]", disse. "Considero [a prorrogação do prazo] um misto de loucura e de irresponsabilidade do governo."

Fonte: Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u359841.shtml